Arquivo

Archive for fevereiro \01\+00:00 2011

Liderança – Expandindo horizontes…

1 de fevereiro de 2011 1 comentário

Na atualidade, é indiscutível a necessidade de liderança para guiar empresas. As maiores empresas do mundo reconhecem e valorizam este tipo de profissional, pois compreendem a real necessidade das suas presenças e o diferencial que eles trazem aos negócios.

Existem por aí diversas teorias revolucionárias sobre liderança e como elas devem ser utilizadas. De fato, autores renomados falam sobre o assunto com muita propriedade e estudo. Entretanto, o que percebo é que, no fundo, poucas pessoas que deveriam conhecê-las, as conhecem de fato, ainda que esta não seja uma ciência exata, e isto se deve à vários fatores.

Neste tópico abordaremos muitas das interfaces deste problema.

Existem 2 termos muito utilizados por aí: Cabeça de Chefe e Cabeça de Funcionário.

Vamos distinguí-los, uma vez que caracterizam bem o princípio das teorias de liderança, tanto no que se deve fazer como no que não se deve fazer, mas antes vamos fazer algumas ponderações para entendermos melhor como surgiram estas formas de pensamento:

Do homem das cavernas até hoje tivemos uma evolução social muito complexa. Diversos fatores, sejam naturais ou causados pelo próprio homem, contribuiram para o estágio em que chegamos hoje e não vai parar por aí.

O homem primitivo era nômade e isso implica dizer que ele era completamente autônomo, agindo por conta própria, sem prestar contas à nada e nem à ninguém.

Conforme as interações sociais foram ocorrendo, houve a necessidade de adaptações sociais, como estabelecer-se em um local fixo, trabalhar em prol do bem comum, criar regras e assim por diante. Com isso, começaram a estabelecer-se os primeiros vínculos humanos além da família, sem falar na valorização desta também. Em outras palavras, isso foi reforçando a idéia de propriedade, seja de amigos, de família, de terras e assim por diante, sem falar na hierarquização social. As tribos passaram então a ter um chefe, que seria responsável por organizá-la em conjunto com seus colaboradores e assim por diante. Juntamente com isto, começaram a aparecer as questões de poder, pois se a pessoa passa a ter algo diferenciado, automaticamente ela se compara com a outra e, quem tem “menos”, seja isso psicológico ou físico, vai tentar superar o outro, este é o processo humano mais natural.

Após o estabelecimento do poder, quem estava no poder queria cada vez mais poder e precisava se manter nele, portanto, houveram várias atitudes bizarras e histórias da cripta, como a escravidão, as quais não são parte do escopo deste texto.

Com isso, iniciou-se a competição por “cada vez mais” e, de certa forma, podemos dizer que o capitalismo começou aí, ainda que não existisse moeda nesta época, mas o conceito, a idéia, foram fundados baseando-se nisto.

Considerando o dito acima, levamos em consideração também a intenção de facilitar a troca de bens de uma forma mais “justa”, quando então foi criada a moeda para acabar com os sistemas de troca aleatórios. Esta padronização reforçou a questão do poder, pois agora o poder podia ser mensurado com uma exatidão maior, assim como é hoje em dia.

É interessante notar que o poder sempre existiu nas relações humanas, pois o ser humano detém uma característica chamada Ego. Do poder bruto e ignorante, passamos à formas refinadas de poder e manipulação para obter benefícios próprios, mas todos eles tem o mesmo objetivo.

Logo, o que nos torna diferentes dos animais hoje é o refinamento da dominação, mas no íntimo dos nossos seres, somos animais vivendo a lei do mais forte e se adaptando à realidade constantemente. O mais forte prevalece, exatamente como na natureza entre os animais, mas não temos esta impressão devido ao refinamento da manipulação que vivemos e quem demanda esta dominação, obviamente, não compartilha os segredos dela.

Se adaptar, agora, tem a ver com estar dentro do padrão criado, a moeda. É ela quem denomina o mais forte e ponto final. Se duvida, tente ser um indigente e perceba da pior maneira possível.

É claro que existem diversos fatores no meio desta história, mas não é o escopo deste texto traçar um paralelo histórico preciso, e sim apenas entender como chegamos onde estamos hoje.

Mas o que isso tudo tem a ver com liderança?

Simples, quem vai liderar alguém o fará com estes tipos de pessoas, que pensam da maneira como foram se adaptando ao longo da história e, portanto, é necessário entendê-las para saber como guiá-las. É quase como ler o manual de um jogo.

E liderar não é mandar, é exercer influência. É necessário deixar este conceito claro.

Portanto, é absolutamente necessário saber como fazer para efetivamente fazer e funcionar.

O  livro “O Monge e o Executivo” do James C. Hunter aborda de uma maneira interessante a maneira como se deve olhar a liderança, indico a leitura (e re-leitura).

Baseando-nos nisto, vamos agora fazer 3 definições: Cabeça de Chefe, Cabeça de Funcionário e Cabeça de Líder.

Cabeça de Chefe: Como foi dito acima, quem tem poder quer mais poder ou, no mínimo, manter o que já conseguiu, trata-se de uma sentença lógica. Isto, por si só, já induz a pessoa a ter uma visão distorcida das coisas, pois perante a natureza somos todos iguais. O que torna alguém chefe é o fato de ele ter um poder reconhecido por outro(s) baseado em “n” fatores como ter mais dinheiro que alguém, ter mais terras do que alguém, ser mais forte do que alguém, enfim, as relações são muitas, mas o princípio disto é que o subordinado depende do chefe e, portanto, se submete ao seu poder, seja por livre e espontânea vontade ou por pura falta de opção.

Sabendo disto, o chefe acredita que o subordinado é alguém inferior, alguém que deve acatar e se submeter à qualquer coisa que ele deseje, quase como um escravo ou às vezes como um escravo propriamente dito.

Este tipo de pensamento não está restrito à proprietários de bens/condições, mas também à outros funcionários que possuem subordinados, o que torna este tipo de pensamento ainda mais bizarro, já que no fundo ele é tão funcionário quanto o outro.

Isto demonstra o poder psicológico envolvido e a visão distorcida ocasionada meramente por um ponto: submissão.

A pirâmide criada pela economia e, posteriormente na economia global, que se baseia no direito de propriedade e na moeda que regulariza isto, fez com que muitas pessoas se submetessem-se à isto e, com o passar do tempo, isso se tornou tão comum que as pessoas nem mesmo questionaram mais esta dinâmica. É o normal, padrão.

Logo, elas se graduam, se matam, para se submeterem à pessoas que muitas vezes sabem menos do que elas, mas que por possuirem um cargo/status maior que o seu impõem-lhe condições que, obviamente, só beneficiam à elas mesmas, tratando o funcionário como um número.

No começo da administração isso funcionava muito bem, mas com a ampliação constante do conhecimento através da internet e outros meios, este tipo de relação vem perdendo força consideravelmente. Daí surgiu a necessidade de haver liderança, conceito que falaremos mais abaixo, mas ainda vemos este tipo de mentalidade muito propagada por aí, principalmente em regiões menos favorecidas.

Cabeça de Funcionário: No outro extremo vemos o ponto de vista do funcionário medíocre. Aquele que, por definição, é alguém sem comprometimento com a empresa, visando apenas obter benefícios pessoais em relação ao empregador.

Este tipo de pessoa não se importa com o que faz, quer apenas receber seu salário e ir embora no horário. E veja, ir embora no horário é um direito dele, muito justo. Entretanto, assim como ele precisará certas vezes de tempo para ir ao médico, dentista ou compromissos pessoais em geral, seu empregador também poderá necessitar dele para executar algo que seja urgente. Ou seja, deve existir um balanço nesta relação, mas o funcionário que tem mentalidade de funcionário, não pensa assim. Como dito, ele só se preocupa com o que é do seu interesse.

Desta forma, ele não se preocupa em agregar valor à empresa, em se tornar melhor. Pensa sempre em uma maneira de tirar vantagem e é simplesmente isso.

E por agir assim, seu empregador, obviamente, não reconhece nada do que ele faz. Ele, por sua vez, não vê a razão disto e culpa o empregador pelo seu fracasso, sem jamais se questionar porquê aquilo está acontecendo.

Este tipo de conduta surgiu à partir da escravidão, quando o trabalho era visto como algo ruim, já que não rendia frutos, apenas sofrimento.

Há um ditado que diz “O trabalho dignifica o homem”, mas certamente esse não é o ditado preferido deste tipo de pessoa, pois ele não entende que o trabalho é feito em prol de algo melhor, maior. Ele simplesmente vê o trabalho como um problema necessário para viver, ponto final.

Cabeça de Líder: O líder não necessariamente é um chefe. Liderar é exercer poder através de influência e não através de autoritarismo.

Por isso mesmo um líder é alguém muito bem quisto, pois as pessoas o seguem ao invés de ter que fazer o que ele manda. As pessoas defendem-no por vontade própria e não por obrigação.

Desta forma, é possível que um funcionário lidere chefes, colegas de trabalho e afins. O ideal, é claro, é que todo chefe fosse um líder, mas são raros os que entendem esta dinâmica.

Por estar associada ao poder a liderança muitas vezes é mal compreendida. A liderança, em si, é uma forma de poder, mas trata-se de um poder maleável, não fixo, que demonstra, que faz, que vai além. Daí surgiu o termo líder-servidor.

É fácil identificar um líder, justamente porque ele se revela por suas ações/atitudes e não por seu status/cargo. As pessoas reconhecem um líder quando vêem um.

Duas das características básicas de um líder são a compreensão e o respeito, SEMPRE. Você jamais vai ver um líder que não siga estas premissas, justamente porque elas são premissas básicas de convivência nos relacionamentos humanos.

E por ser assim, o líder acaba motivando as pessoas a fazerem o que é necessário, ou seja, de novo, ele não impõem nada, ele motiva as pessoas a fazerem porque querem. Por isso mesmo seu trabalho é fundamental em equipes, porque ele é o agente estabilizador e o motor propulsor para que as coisas funcionem de uma maneira mais harmônica e, quase sempre, mais produtiva.

Outra coisa importante para se ressaltar é que o líder está sempre à frente. Sempre.

Ele sabe o que deve ser feito, como deve ser feito e quando deve ser feito. Ele detém o controle da situação, mesmo quando ele nunca vivenciou aquilo antes.

As pessoas com estas características são razoavelmente raras de serem vistas por aí, apesar de muitos dizerem as possuem. Por isso mesmo elas tendem a serem admiradas e, por consequência, seguidas.

Sempre houveram líderes na história, mas só recentemente eles começaram a ser valorizados dentro das empresas.

Desta forma, fazendo uma análise entre os 3 perfis, notamos que o líder é o conciliador. Por isso mesmo as grandes instituições valorizam seu trabalho, pois ele se traduz em cifras e qualidade. Ou seja, o líder quando bem utilizado, dinamiza a empresa tornando-a mais harmônica por integrar processos e pessoas naturalmente e isso tudo, ao final, se traduz em dinheiro.

Logo, não é apenas o fato dele facilitar todo o processo que o valoriza tanto, mas também porque ele rende dinheiro ao aumentar a produtividade.

Simples assim.

Categorias:Geral