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Uma nova visão do trabalho…

Desde pequenos, muitos de nós acompanhamos nossos pais acordando cedo para trabalhar, até porque muitos de nós também acordávamos cedo para ir à escola.

Este é o ritmo ditado pelas empresas, onde as pessoas devem produzir em conjunto, pois todas são peças de uma engrenagem complexa chamada mercado, cada qual à sua maneira.

Com o passar do tempo, muitas tentativas de mudar esta dinâmica foram e estão sendo tomadas visando otimizar cada vez mais a produtividade, sendo a mais contundente o home office (trabalhar em casa). Para um futuro não muito distante, e dadas as condições das grandes metrópoles, além do dinamismo necessário no atual cenário, acredito que esta será a alternativa mais viável, não apenas no âmbito social, como financeiro. O desafio, no entanto, é promover uma mudança cultural que sustente esse novo pilar para que as empresas estejam respaldadas por profissionais capazes neste novo método de trabalho e, desta forma, possam atender seu mercado sem maiores complicações. Este ponto é ainda mais crítico do que o desenvolvimento de tecnologia, pois enquanto a tecnologia cresce rapidamente, nossa cultura demora gerações para mudar efetivamente. Traduzindo: demora-se décadas e, às vezes, centenários para que uma mudança conceitual ocorra.

A questão é que hoje o mercado muda muito rápido. Não há tempo para esperar tudo isso.

E por conta disto as empresas hoje tem tanta dificuldade em encontrar profissionais, não é por falta de mão-de-obra, mas por falta de mão-de-obra capacitada para atuar neste mercado, com este novo perfil. Este será um paradigma que deverá perdurar por um tempo, até, provavelmente, que a geração Z esteja completamente dentro do mercado de trabalho e assim consecutivamente. Não houve tempo para preparar as pessoas para esta transição, até porque acredito que ela nunca foi intencional, então há poucas pessoas capazes de lidar com esta nova dinâmica hoje em dia. Para se ter uma idéia, temos ainda baby boomers no mercado de trabalho, os quais, em termos gerais, não entraram nesta nova rotina, iniciada pela geração Y, mas que está longe de chegar ao fim.

Há também que se considerar que as novas gerações já não seguem mais o mesmo padrão de antes, nem em comportamento e nem em método de processamento da informação. Isso não é bom e nem ruim, é apenas diferente. No entanto, se bem utilizado, pode virar uma vantagem, ao meu ver, principalmente se o caminho for, de fato, o home office.

Por exemplo: é um hábito atual de todos permanecerem conectados 24h por dia. Isso é uma tendência crescente. As empresas podem tirar vantagem disto se aplicarem os critérios e os investimentos corretos, como fornecer esta condição aos funcionários em detrimento de obter o retorno disto. Existem muito mais opções, daí cada qual saberá o que melhor lhe convirá.

E nessa onda de mudanças, capacitação e dinamismo, aproveito para sugerir uma nova mudança: capacitar profissionais em áreas diversas, em menos tempo e com custo zero, tornando-os, ainda, um novo backup e, para muitos, deixando-os mais motivados. Impossível? Não acho!

Teoria da Multifuncionalidade Produtiva e Motivadora

As empresas maiores já possuem profissionais de diversas áreas capacitados atuando nela, ou seja, possuem a matéria-prima para que esta teoria funcione. Existe uma tendência corporativa à gestão do conhecimento, mas ela ocorre de forma inibida e sem muito apoio hoje em dia na grande maioria dos casos.

Além disso, é possível adicionar elementos que contribuam para a otimização desta iniciativa.

Pois bem, e se como rotina de trabalho, visando expandir o entendimento do funcionário sobre a empresa e o impacto dos seus atos, bem como expandir o relacionamento destes, dividissemos o tempo de trabalho em 2 turnos de 4 horas cada e cada turno ocorresse em uma área distinta, por exemplo: finanças e vendas?

Lembrando que a divisão pode acontecer em função dos conhecimentos, habilidades e atitudes dos funcionários, sendo o gestor o responsável por definir como isso transcorreria, inclusive por quanto tempo e como seria. A proposta, então, visa ampliar os conhecimentos do funcionário, seu nível de engajamento e a melhoria dos processos corporativos através das visões de cada um, pois é importante manter o foco em escutar as opiniões das pessoas em cada processo que estejam envolvidas, sem filtros, analisando ao fim, apenas a experiência de cada um e quanto isso agregou, tanto para a empresa como para o funcionário.

Posto que muitas das melhores soluções corporativas vieram dos próprios funcionários ao longo da história, acredito que esta seria uma experiência interessante para o mercado.

Imagine, ainda, ampliar isso e rotacionar seus funcionários com empresas parceiras? Quanto isso poderia agregar ao seu negócio? Você amplia os horizontes do seu funcionário, ou seja, expande suas percepções e, de quebra, estreita os laços com as suas parcerias.

Além de tudo, você mantém um backup 100% preparado constantemente para assumir a responsabilidade de duas ou mais funções, caso algo aconteça, seja por demissões ou por situações emergenciais imprevistas.

Isso traria um grande engajamento por parte do funcionário, posto que as pessoas hoje, de forma geral, preferem atuar de forma independente frente às suas funções e esta é uma tendência crescente. Deduzo que um funcionário que possui este nível de responsabilidade, e que está de acordo com sua condição financeira, é um parceiro fiel à empresa. Isso porque ele entenderá que não é apenas um executor de funções, mas um parceiro que faz parte de uma engrenagem complexa onde todas as variáveis contam, onde ele pode ver o fruto de suas ações em diversos momentos. Desta forma, pode ser que se torne uma pessoa mais interessada pelos negócios e, provavelmente, mais motivada em detrimento disto.
Não é necessária gestão do conhecimento quando o conhecimento é vivo e está pronto à qualquer momento, sobretudo quando ele quer ser aplicado pelo próprio funcionário!

Imagine agora isto aplicado à um home office que pode estar conectado 24h por dia, quanto mais produtivo isso poderia ser? Pode, inclusive, ser o balanço perfeito para combinar vida pessoal e profissional, otimizando o tempo sem horas definidas de trabalho, mas administrando por resultados e possibilitando uma melhor integração entre todos os aspectos da vida dos funcionários, apenas exigindo um pouco mais de gerenciamento por parte dos gerentes. Bem, mas isto é tópico para outro post.

Categorias:Reflexão
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